terça-feira, 13 de setembro de 2011

Pela Defesa dos Animais


São poucos os meios sociais em que a vida dos animais tem valor, seja ele doméstico ou não. Basta caminhar na rua para ver cachorros e gatos abandonados à própria sorte, alguns, filhotes ainda, dentro de caixas, largados no meio da rua com muito pouca ou nenhuma chance de sobrevivência.

Quanto aos demais, há o destino dos casacos de pele em que muitos sequer recebem o benefício da morte antes de tirarem a sua pele; o motivo? Para que a pele fique mais macia. Fora isso, há os rodeios onde apertam o pênis do touro para que ele fique furioso e as touradas onde mantêm o touro em um local que mal dá para ele se mexer e fica dias sem comida e água.

Sem falar dos testes em animais vivos, nos circos e nos zoológicos que tiram, à força, o animal de seu habitat natural, jogando-o em alas e negligenciando completamente sua saúde tanto física quanto mental. Eu poderia passar horas escrevendo exemplos de nossa falta de sensibilidade para com animais de outras espécies que não a humana, mas não é, em essência, o motivo de meu artigo; o motivo é sensibilizar as pessoas, fazer repensar e chamar a atenção das autoridades. Afinal, onde elas estão? Será que ainda podemos contar com ele ou nossa esperança se resume nas muito poucas ONG sérias e, por vezes, desconhecidas que há por aí?

É lamentável sentir que se precisa procurar um argumento econômico para defender a vida dos animais como se a própria vida não importasse, a dos seres-humanos, inclusive. Quando se acaba com uma determinada espécie de animal em determinado lugar, na maioria das vezes, não é somente aquela que sai prejudicada, mas também outras que dependiam dela, naquele habitat, para própria sobrevivência, além daquelas que dependiam da que foi extinta para o seu controle populacional. Acabando, por exemplo, com os peixes de um determinado rio e os deixando se decomporem ao ar livre – o que não poucas vezes acontece - aumenta a concentração de insetos naquela região, facilitando que pessoas e animais daquele local contraiam doenças.

Todos os animais têm direito igual à vida, é o que diz a lei, mas não é o que diz a realidade. É o mesmo do direito do animal de permanecer em seu habitat natural e da lei que os protege dos maus tratos. O circo, por exemplo, viola as três e agora é que está saindo a lei que proíbe animais em circo, como se as leis já não houvessem sido criadas só que não cumpridas. Proibindo, diretamente, animais em circo, as leis passarão a ser cumpridas ou ficarão só no papel, na típica tentativa do governo de mostrar serviço? Outra coisa é o culto a religiões que se utilizam de sacrifícios de animais; tudo bem que todos têm direito de cultuar suas religiões, mas, repito, todos os animais têm direito igual perante à vida, portanto, gostaria de saber, nesse caso, qual dos dois direitos impera.

O ser humano precisa aprender a valorizar a vida, inclusive a daqueles com quem divide o mundo. Afinal, sem essas outras vidas, a dele próprio não existiria. O que seria, por exemplo, de nossa alimentação sem as plantas e os animais?

E uma última pergunta: quando é que, finalmente e realmente, o ser humano vai começar a perceber que ele é um animal?